Sim, eu me tornei uma mulher de negócios reconhecida e respeitada mas vou te contar como isso aconteceu!

Aos 14 anos como falei anteriormente comecei a trabalhar como animadora de festas infantis, fui empreender não por oportunidade mas por necessidade. Foi assim, minha mãe que sempre foi a provedora das minhas necessidades ficou sem trabalhar e aos 14 anos fiquei me perguntando como faria pra ter coisas como roupas, sapatos e dinheirinho pra comprar um lanche, coisas que todo adolescente precisa e quer ter, minha avó me sugeriu trabalhar vendendo produtos de revistinha de beleza, mas queria ser diferente, se fizesse isso seria mais uma fazendo a mesma coisa, daí eu quis inovar… Mas antes disso aos 10 anos tinha pedido a minha mãe para colocar uma barraca na fabrica perto da minha casa com cachorro quente, observava que as meninas ficavam na porta parada sem fazer nada, daí adorei aquela experiência, mas quando vendi todos os cachorros quentes, minha mãe falou, agora me dá o dinheiro pra eu comprar mais salsichas e pão, e eu não quis dar, ainda não tinha entendido que o dinheiro era do negócio e não meu e por falta de maturidade e entendimento quebrei o meu primeiro negócio…

Mas a sementinha tinha ficado dentro de mim, me juntei com a minha amiga Elaine e começamos a organizar festas americanas, pegávamos dinheiro da galera, organizávamos o evento, geralmente a gente fazia pipoca, gelatina, salgadinhos, mini pizzas, no evento tinham apresentações musicais e desfiles, na qual as organizadoras também eram as artistas, lembro da Elaine até hoje, estressada que estava chovendo e uma das festas teve que ser transferida de lugar, mal sabia eu que pelas próximas décadas trabalharia fazendo exatamente aquilo que estava treinando como se fosse uma brincadeira de criança…

Uma das festas que organizamos eu protagonizei uma das cenas mais hilária de toda a minha infância, dessa vez a festa foi organizada na laje da Fabiana e da Natale, eles criavam um porco para matá-lo no natal, dessa vez a apresentação de dança seria minha, eu iria imitar a Madonna, mas na hora sei lá o que aconteceu com a fita cassete e acabei dublando a Mara Maravilha. Lembro da minha roupa era uma camiseta branca e uma saia Balonê, e o sapatinho que era o sapato mais amado na época, um tamanco de saltinho de madeira, eu tinha acabado de ganhar ele para as festas de fim de ano e fui me apresentar com o danado do tamanco, dai cheguei toda me achando e dançando e de repente lancei minha perna pra cima num dos meus passos de dança, adivinhem, o tamanco voou, e na minha mente vejo a cena como se fosse agora, e foi parar dentro do chiqueiro do porco, parei minha dança e sai correndo pra salvar o bendito tamanco, meu Deus que desespero, quanto choro, e ao meu redor, mais de 30 crianças da rua que nós morávamos rolando de rir do meu desespero. De nada adiantou o meu choro, o tamanco sumiu no meio da lambança do porco, e o tamanco só foi achado uma semana depois, imaginem só, foi direto pra lixeira. Hoje lembro disso com muita nostalgia mas aprendi que não devemos dançar “Jazz” com sapatos soltos no pé, aquele natal tive que passar de sapato velho.

Era como brincadeiras de criança, aos 14 fui convidada pra animar festas, aos 15 já estava trabalhando por conta própria, aos 16 trabalhava num escritório, vendia bijuox, roupa, animava festas e já conseguia faturar mais que meus avôs sendo empreendedora, foi uma época de descobertas mas também de falta de maturidade também, gastava tudo com festas, roupas, ninguém sabia gerenciar dinheiro e como poderiam me ensinar, sou a favor de ensinarmos educação financeira nas escolas, precisamos aprender o quanto antes cuidar das nossas finanças!

Aos 20 anos engravidei e pensei, tenho que trabalhar sério agora, aos 22 anos já tinha dois filhos, um marido como ajudante de estoque ganhando menos que um salário mínimo, fraldas e mamadeiras me chamaram para a responsabilidade de criar um negócio maior. Coloquei um anúncio no jornal o Globo e chamei os candidatos para me encontrarem na praça de alimentação de um shopping da zona norte, as pessoas jovens como eu acharam estranho, mas ainda assim, vários deles foram naquela seleção e comecei ali minha primeira equipe de animação de festas, composta por 12 jovens.

Formamos uma família e criamos rapidamente um grupo de animação respeitado no Rio de Janeiro, fazíamos brincadeiras educativas, tínhamos uma maneira diferente de dançar, nosso uniforme era sempre bem criativo aos 23 anos lá estava eu comandando minhas 6 equipes de animação, nossa empresa se chamava Além do Arco Íris Festas, sempre amei o Arco Íris pois me lembra sempre das promessas de Deus para com o homem…

Como ganhamos o respeito e a confiança das mamães, elas precisavam de outros serviços e me perguntavam se eu tinha decoração, Buffet, brinquedos e aos poucos fui montando uma empresa completa de serviços para festas infantis. Fiz eventos de todos os tipos, casamentos, 15 anos, bodas de prata, bodas de ouro, mas o que eu mais gostava mesmo era de atender o publico infantil, achava mais prático, menos estressante.

Em menos de 6 anos já fazíamos em torno de 8 buffets por semana, e vários outros serviços agregados.

Em 2004 aluguei um galpão na rua onde morava com meu marido, e decidimos montar uma casa de festas chamada Espaço Além do Arco Íris Festas, foi uma tentativa, mas bem frustrada , pois já tinha sido acostumada a trabalhar para uma clientela A e B e meu galpão atendia um publico classe C, não era o perfil de clientes que tinha me acostumado a atender e um ano depois em 2005 utilizamos o galpão pra abrir um segundo negócio no mesmo lugar abrimos nossa empresa de locação de materiais para decoradores chamada Casa do Festeiro, além da casa do festeiro atender a todas as minhas festas, ela atendia a muitos decoradores que como eu não conseguiam ter um acervo pessoal de material, pois era muito caro, comprar, manter, restaurar as peças… Tinha muito orgulho de ter essa empresa, rapidamente nos tornamos referencia em decoração em todo o Estado do RJ, vinham pessoas de todo o estado buscar material com a gente!

Em 2012 tive oportunidade de ser selecionada entre 10 mil mulheres ao redor do mundo para compor o seleto grupo das 10 mil mulheres empreendedoras do Banco Goldhman Sachs, fomos capacitada aqui no Brasil por 2 grandes instituições, A FGV e a Fundação Dom Cabral, minha graduação foi pela segunda instituição considerada uma das melhores escolas de executivos da América latina, com isso recebemos um programa incrível para capacitar mulheres de negócios que não podiam arcar com um programa desses, no Brasil somos em torno de 1000 mulheres capacitadas entre Rio, SP e MG. Minha vida virou do avesso no bom sentido depois do programa, antes tudo que havia feito por intuição, agora havia um motivo porquê fazê-lo, aprendi muito, pois além de não ter tido muita oportunidade de estudar formalmente, eu nunca tinha estudado para ser empresária, compreendo que esse foi um grande erro ficar só no “talento empreendedor” hoje entendo que além de talento precisamos ter técnicas para uma melhor gestão do negócio.

A Casa do Festeiro durou até 2013, decidi fechar por várias questões, o lucro tinha diminuído pela mudança da moda dentro do mercado de festas e após perder uma grande amiga por motivos de estresse, quis dar uma virada no estilo de vida que estava levando, decidi fechar todos os negócios e me dedicar a ver o Buffet Altas Ideias ser um negócio lucrativo, rentável e respeitado, não queria mais trabalhar aos fins de semana, e queria ter mais tempo com meus filhos, eles já estavam terminando de crescer e era importante ter mais tempo com eles, queria criar o máximo de lembranças nesse tempo dentro do coração deles, pois trabalhar 21 anos quase todos os fins de semana já tinham me deixado um tanto quanto exausta, e sabe que eu estava certa, foram as melhores decisões que pude tomar naquele momento.

Em 2014 fui convidada para fazer um Benchmarking em Londres, mesmo não falando inglês, tive a oportunidade através do Ministério do Turismo e do Sebrae, fomos buscar as melhores praticas dos jogos olímpicos de Londres para multiplicarmos conhecimento aqui no Rio, para os nossos jogos olímpicos de 2016, conheci 12 empresários de eventos como eu, mas de gastronomia só tinha o Altas Ideias, meu coração se enche de orgulho até hoje por essa conquista, foram 11 dias de aprendizado e mais 6 meses posteriores de consultoria, nem preciso dizer que nossa empresa se tornou muito melhor depois disso, e fora que conheci pessoas incríveis como o Francisco Marins, Ilda da Bureau Eventos, Luciana da Núcleo da Ideia… todos moram no meu coração…

2016 mais uma vez fui selecionada para um terceiro programa internacional, nota (sempre peço ao papai que me dê viagens de presente, e ele tem me ouvido!!) Dessa vez fui para Los Angeles mais uma vez com tudo pago, dessa vez meu inglês estava um pouco melhor, fui selecionada para um programa internacional de capacitação de mulheres de negócios o W50 do Banco Santander, fiquei por uma semana na UCLA (Universidade da Califórnia) com mais 45 mulheres ao redor do mundo, num programa incrível para mulheres irem além em suas carreiras e em seus negócios, foram somente 2 brasileiras selecionadas e eu fui uma delas, até hoje fico me perguntando como isso aconteceu, tenho tanta gratidão, me sinto muitas vezes uma filha mimada, por tanto carinho e oportunidade que Deus tem me dado, conhecer todas essas mulheres incríveis ao redor do mundo, me trouxe um excelente grupo de network ao redor do mundo.

Estamos em 2018, minha empresa Altas Ideias tem atendido as melhores empresas do Rio com alimentação para seus eventos, tenho um time incrível, minha empresa conta hoje com uma gestão excelente, pessoas extremamente capacitadas e dedicadas, sabemos que podemos melhorar sempre e estamos buscando por isso. E como sempre minha cabeça não para, tenho várias ideias de novos projetos, mas sempre com decência e ordem, sem ansiedade e com tranqüilidade. Sinto que o Altas Ideias ainda não chegou onde tem que chegar, então vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Porquê estou citando o meu negócio dentro desse livro, pois parte do que me tornei devo a minha empresa e aos meus negócios, aprendi muito, aprendi a ter organização, a ter caráter, a respeitar, liderar, cobrar, ser cobrada, criticar, receber critica… Foram muitos aprendizados, mas nunca estive sozinha, meu marido sempre foi meu fiel companheiro de jornada, tenho um homem do meu lado que sempre me apoia e me suporta em qualquer situação, sempre diz que sou louca, mas embarca nas minhas loucuras, meu sogro maravilhoso, que também não desgruda de mim, e me dá suporte, todo mundo fica querendo roubar ele mas não deixo não. Meus filhos são maravilhoso e meus irmãos são incríveis, dizem que somos frutos do meio, fui capaz de sair do lodo e submergir, nunca escondi minha origem de ninguém, pelo contrário, acho que alguém como eu que vem do -1 (menos 1) conseguir dar essa virada, co com ajuda divina mesmo, pois estar sozinho nesse mundo dos negócios não é fácil e Deus me deu uma família muito trabalhadora e que compra minhas guerras, sou feliz e tenho mais do que preciso!

Você pode ser o que você quiser ser, basta acreditar em você, declarar muitas e muitas vezes até se tornar verdade! Eu sei que Deus muda vidas, mas ele não faz nada sozinho, ele precisa que você faça a sua parte. Quero te encorajar a acreditar em você, se eu consegui você também consegue, não sou melhor do que ninguém, mas ser amiga de Deus, ah isso sim me leva a léguas de distancia dos meus inimigos e concorrentes.

Lembrem-se que sucesso nem sempre é ter dinheiro, não se perca pela falta dele, busque seu sucesso, lute, persevere, não desista, e não se esqueça de dedicar tempo de conhecer esse Deus que faz maravilhas.

Se quiserem conhecer um pouco mais da nossa empresa acessem:

altasideias.com.br

coffeebreakdelivery.com.br

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